terça-feira, 27 de abril de 2010

. Maria Flor


. De vestido branco e olhos castanhos. Essa era Maria, poderia ser mais uma Maria entre tantas, poderia ser Maria Ana, Maria Clara, Maria Catarina, mas não, ela era Flor. Maria Flor! De flor no cabelo e sorriso no rosto, aquele sorriso largo e de cachos que faziam festa por entre seus dedos. Maria, Maria flor, tinha em suas mãos homens de todas as cores, tons, dons, cleros e crenças, mas nenhum era quem esperava e quem esperava ainda não tinha nome ou sobrenome, não tinha jeito ou trejeito. Ele ainda não havia chegado, dizia ela que ele estava atrasado, o relógio já havia dado mais de mil voltas, talvez tivesse se perdido no caminho para casa, mas não importava esperava com aquele sorriso que deixava qualquer homem sem o rumo de casa.
Ah Morena Maria Flor, como morreriam por sequer no seu sonho estar, da sua pele desfrutar cada centímetro, cada traço, cada pinta, cada volta. Maria, que só pode ter saído dos textos de Vinicius, de Chico, de Caymmi, de Caetano, de José e João, como se fosse uma escultura de José Rodrigues e ainda mais, dizem que ela pode ter saído dos poemas de Neruda e se fosse bem verdade, ninguém iria se impressionar. Como era bonito vê-la a rodar a barra sa saia, dando aquelas gargalhadas que com a música trazia uma sensação de que o mundo tava rodando rápido e bem devagar ao mesmo tempo.
Maria Flor, de flor no cabelo, sorriso no rosto e coração guardado no tempo

Um comentário:

Felipe Máximo disse...

Você é linda com as palavras. Flor de Maria flor.