sábado, 14 de fevereiro de 2009


"É,ele não ligou. Porra, ele não ligou! Ele não veio, ele não apareceu, merda!"
Estava eu, sentada numa mesa de um bar- que agora não me recordo o nome- na Marquês de São Vicente com uma garrafa da cerveja um pouco mais cara e quem declarei como amante naquele dia, Ariano Suassuna que me contava a história da Pedra do Reino em suas texturaveis páginas, ele me rodeava de letras, palavras, frases que entravam em minha cabeça como uma massagem tailandesa. Ariano sim, sabia como me agradar e sequer precisava me ligar eu só precisava lê-lo, lê-lo e lê-lo, na verdade, eu não somente o lia, eu o desgustava como se fosse o último Chateau Lafite do mundo ou até mesmo a ultima caipirinha feita de frutas vermelhas da terra. Ariano, me acompanhou numa gelada num dia que São Paulo respectivamente da mesma forma.
"É, ele não vai vir mesmo..."
Ariano estava sendo o meu consolo naqueles minutos que não passavam, ele me fazia rir com aquele sotaque tipico da região Nordeste e aquecia minha alma com estórias imagináveis.
Ele não viria mesmo, apaguei o cigarro, paguei a conta e fechei a Pedra do Reino, iria dormir com Ariano ao me lado, o guardei confortávelmente em minha bolsa, Ariano é lisérgico! Enquanto ele? O deixei naquela garrafa vazia de cerveja e certeza.

Dormi com Ariano Suassuna!

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